Salários

Greve dos municipários é sentida nos serviços públicos

Paralisação atinge principalmente áreas da saúde e educação; 30 postos de saúde e 29 escolas estão de portas fechadas

Paulo Rossi -

Atualizada às 19h07 para acréscimo de informações. 

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(Fotos: Paulo Rossi - DP)

Postos de saúde fechados e escolas com aulas parciais. Este foi o cenário encontrado em Pelotas nesta quinta-feira. Foi o primeiro dia de greve dos servidores públicos municipais devido ao atraso no pagamento de salários. Reunidos na Câmara de Vereadores, houve também protestos na prefeitura e na Câmara de Vereadores.

De um total de 50 Unidades Básicas de Saúde (UBS), apenas 20 estão funcionando normalmente. Das 90 escolas da rede municipal de ensino, 29 estão sem aulas e 19 funcionam de maneira parcial. Aquelas de educação infantil servem cinco refeições diárias, o que torna impossível o funcionamento sem merendeiras, afetadas com o atraso. Nas de ensino fundamental, de um total de 60, oito estão sem aulas e 16 funcionam parcialmente - o restante mantém as aulas. As informações são da prefeitura. 

Pelas informações divulgadas pela prefeitura, as áreas mais afetadas são saúde e educação. Escolas como o Colégio Pelotense, com mais de três mil alunos, está com as aulas suspensas devido a paralisação de merendeiras, monitores, e outros funcionários afetados com os atrasos. Apesar dos professores não serem afetados, informou a direção, é impossível abrir a escola sem os funcionários que preparem refeições dos alunos e que monitorem as centenas de crianças no intervalo. 

Assistência, saúde e educação afetadas
Outra estrutura municipal afetada foram os Centros de Apoio Psicossocial (Caps). Na Zona Norte, apenas um funcionário permanecia no prédio orientando quem chegasse buscando atendimento. “O psiquiatra já saiu de outro lugar que não estava pagando em dia e aqui estavam”, disse o funcionário, que preferiu não se identificar. 

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Integrante da rede de pronto-atendimento da saúde, a Unidade Básica de Atendimento Imediato (UBAI) Navegantes estava com a grade fechada e o aviso: “Em greve devido a falta dos salários”. A UBAI funcionará somente no período da tarde e da noite. 

Na Balsa, a Escola Municipal Ferreira Viana colou cartazes informando quais turmas teriam ou não aula na manhã desta quinta-feira. “Em parte avisamos nos cartazes, também nos grupos de Whatsapp e conversando com os pais”, informou a diretora. A Unidade Básica de Saúde (UBS) ao lado da escola funcionava normalmente e não teve serviços afetados. 

Dados da prefeitura
Uma notícia divulgada no site da prefeitura na tarde desta quinta indicou os serviços afetados com a greve. Conforme a assessoria de comunicação, pastas como Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI), Obras e Pavimentação (SMOP) e da Segurança Pública não tiveram o atendimento afetado. Na Secretaria de Transporte e Trânsito (SMTT), a ausência de agentes de trânsito também não afetaram o trabalho. Áreas como a Cultura, Fazenda e setores administrativos também mantiveram os serviços. 

Simp contesta dados
O vice-presidente do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), Tiago Botelho, disse não se basear na realidade a divulgação dada pela prefeitura sobre serviços afetados pela paralisação. “Anunciaram que a Sersul não parou atividades. A Sersul é terceirizada. A Eterpel não tem atraso, igual o Sanep, que são empresas públicas. A paralisação é muito maior do que foi divulgado”, disse. Ainda conforme Botelho, até mesmo a categoria dos professores, que em grande parte não foi afetado com o atraso, aderiu ao movimento, o que demonstra a indignação dos servidores municipais.

Novos levantamentos serão divulgados nesta sexta-feira pelo Simp e pela prefeitura. 

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“Trabalhar sem receber também é ruim”
O casal Mário Antônio Lima, 23, e a esposa Maria Eduarda Santos, 22, foram na UBS Bom Jesus buscar um medicamento para ela, que está grávida de oito meses. Somente pelos cartazes colados nas grades de acesso é que eles souberam se tratar de uma greve. “A gente sofre, mas trabalhar sem receber também é ruim”, comentaram. No Navegantes, a mãe Ritamara Villela Leal buscava atendimento para o filho Nataniel. “Ultimamente já anda difícil conseguir atendimento quando está aberto, agora tu imagina fechado”, disse. Conforme a moradora do bairro, o atendimento no local é uma das únicas opções para diversos moradores que não tem condições de se locomover até outros pontos da cidade. 

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